sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Enfarto do digitocárdio



Deu entrada na emergência em estado desesperador
Tremia, contraía, debatia, gritava de dor
Luzes, câmeras e muita ação
Na sala de cirurgia, um bisturi, frieza e muita concentração
Rasgou-lhe o peito e para a sua incredulidade
Havia um vácuo e muita futilidade
O órgão trocado por circuitos de complexo sistema
funcionava  aparentemente sem problema
Mas de que reclamava o paciente?
Não de futuro, nem de passado, só de presente
De que vivia então o pseudofedelho?
Respirava com ajuda de aparelho
Que não se confunda ao hospitalar
Aparelho portátil domiciliar
Com controle remoto e tela de lédi ou elecedê
Prostrado, totalmente à sua mercê
Mas eis que ocorre um súbito apagão
que seca a fonte do seu pobre coração.

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