quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Viver de Barros



Hoje os passarinhos não cantaram em azul
O mundo deixou de rastejar sob o peito da lesma
Os sapos cansaram de engolir vento e dormiram-se de pedra
Não houve balé de vento no horizonte regurgitado de sol de lata
Uma gralha desligou a máquina de esticar o mundo
E para não mosquitar os rios, os peixes se vestiram de chafariz e sopraram silêncio nas minhocas de um pescador de borboletas
Quem me dera ser o barro de parir palavra
Quem dera a palavra digna de ser ave tornar-se relógio com um ponteiro de fabricar infinito
Para sentar-me num galho de sol e assistir a vida virar Manoel.  

Um comentário:

  1. Mas é dia de celebrar a vida
    Sabidamente efêmera
    Para que seja plena
    Como a lua cheia

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