segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Cheiro de Mato, Terra Molhada



Foi a mim confidenciado que Dona Dodô chegou ao infinito e a primeira coisa que tratou de fazer foi reunir por lá todos os Portelenses e organizar um desfile celestial.

Tinha como objetivo mostrar aos habitantes do além como sua presença majestosa era capaz de unir sob o mesmo manto ilustres e anônimos e fazê-los jorrar como uma fonte de água pura que se transforma em rio que ganha corpo e quando vira correnteza se mistura à fúria dos oceanos mais revoltosos a ponto de não sabermos mais distinguir a água doce da água salgada.

Os santos e Orixás impressionados com aquela demonstração de força e beleza não puderam se conter, deram suas bençãos e foram além, ergueram aos olhos de todos que ali se faziam presentes nossos queridos Paulo, Caetano e Rufino, que flutuavam num bailar magistral como águias que ensinam seus filhos a voar.

O céu ficou pequeno e resolveram que deveriam juntar-se aos filhos da terra, que por aqui, preparavam-se para pisar na avenida e mostrar o que significa desfilar sob o Azul e Branco de um pavilhão repleto de glórias e história. E com a benção de Iansã e Oxóssi fizeram-se água, trovoada e imbuíram-se do espírito de caçador, de guerreiros.

Quando a Portela passou pela avenida no ensaio para o carnaval, alguns chegaram até a acreditar que fosse apenas chuva que caía sobre a escola. Mas o Portelense sabe o que era. Sempre soube. Clara, Candeia e Dodô jamais faltaram à Portela. E nunca faltarão.



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