Hoje os
passarinhos não cantaram em azul
O mundo
deixou de rastejar sob o peito da lesma
Os sapos
cansaram de engolir vento e dormiram-se de pedra
Não houve
balé de vento no horizonte regurgitado de sol de lata
Uma gralha
desligou a máquina de esticar o mundo
E para não
mosquitar os rios, os peixes se vestiram de chafariz e sopraram silêncio nas
minhocas de um pescador de borboletas
Quem me dera
ser o barro de parir palavra
Quem dera a palavra digna de ser ave tornar-se relógio com um ponteiro de fabricar infinito
Para sentar-me
num galho de sol e assistir a vida virar Manoel.
Mas é dia de celebrar a vida
ResponderExcluirSabidamente efêmera
Para que seja plena
Como a lua cheia